Cozinhar é, essencialmente, um acto de amor e partilha.
*A mesa
posta, repleta de gente.
A avó, umas vezes, outras a mãe, traz na mão um tacho
que fumega e exala um aroma que antecipa o prazer a que nos permitiriamos dentro
de instantes. O caminho da cozinha à mesa da sala de jantar é curto. A frase
clássica, dita em jeito de alerta, “abram espaço”, antecede o momento em que o
tacho fumegante pousa finalmente na mesa. É ainda a cozinheira que se encarrega de
servir uma dose, generosa, a cada um dos comensais.*
Assim se dava início a um
almoço que se prolongaria tarde adentro.
Esta é talvez uma das minhas recordações mais antigas e que se perpetua no
tempo, ora assinalando as efemérides familiares ora, simplesmente, brindando à
reunião da familia. Foi assim, admito eu, que o gosto pela cozinha surgiu,
naturalmente, sem ter consciência de que todas estas experiencias me
impregnavam a alma de vontade de criar receitas capazes de fazer pessoas
felizes.
Às receitas de toda a vida fui, passo a passo, incorporando novos
ingredientes, novos sabores e outros aromas. Ao gosto pela cozinha aliei o
sentido de responsabilidade e descobri o prazer de cozinhar (e comer!) de forma
mais saudável e natural. Dia após dia a vontade de aprender
mais sobre nutrição e o incrível poder da alimentação no nosso bem-estar e
equilíbrio era maior. E à medida que as descobertas avançavam o fascínio crescia... Assim iniciei a minha viagem por um estilo de vida mais
saudável, mais equilibrado, sem radicalismos e, acima de tudo, sem abdicar
deste prazer tão natural em mim, que é cozinhar para aqueles que amo.
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