Miso, o alimento que veio dos deuses


Segundo a tradição japonesa, os deuses ofereceram o Miso aos Homens para nos manter saudáveis, felizes e com elevados níveis de vitalidade. 




O Miso, ou pasta de soja, é provavelmente o mais rico e especial de todos os alimentos derivados da soja. O Miso não pasteurizado está cheio de enzimas activas vivas, tornando-o benéfico para manter a saúde e a vitalidade em geral. É excelente para estimular uma digestão lenta e ajuda a alcalinizar o sangue, nomeadamente após ingestão excessiva de açúcar, carne e álcool. É, sem dúvida, o melhor alimento de origem vegetal para ajudar a recriar a flora intestinal e criar um sistema digestivo saudável, a par do poder purificante/desintoxicante que exerce no organismo. 
Existem no mercado muitos tipos diferentes de Miso, sendo os mais usuais o Miso de Cevada (Mugi Miso), Miso de Arroz Branco (Kome Miso) e Miso de Arroz Integral (Genmai Miso). Todos os tipos são deliciosos, e o mais importante é mesmo certificar-nos de que estamos a comprar um Miso naturalmente fermentado, não pasteurizado e, de preferência, biológico.
Apesar de existirem inúmeras formas de utilizar esta pasta, a minha preferida é a Sopa de Miso. Para mim é a combinação perfeita entre uma refeição leve mas profundamente nutritiva, que resulta numa sensação de conforto fantástica. Para além de incrivelmente fácil e versátil, esta sopa é óptima para reestabelecer o equilíbrio depois das férias de verão, época tão propícia [assumamos sem culpas!] a vários tipos de excessos, alimentares, e não só!



A base não é mais de que um caldo de legumes, para o qual podem ser utilizados todos [ou quase, vá…] os vegetais que tenhamos no momento disponíveis em casa. Cenoura, nabo, cebola, alho-francês, curgete, couve kale ou couve pak choi, quaisquer destes são óptimos fazer um bom caldo. Para uma versão mais rica basta acrescentar, por exemplo, alga wakamé, cogumelos shitake e tofu. Para aromatizar, o cebolinho e o gengibre, a hortelã, os coentros ou umas gotas de sumo de limão funcionam maravilhosamente.



As opções moldam-se ao gosto de cada um. A única regra, não negociável, é mesmo não deixar o Miso ferver de modo a manter vivas todas as enzimas responsáveis pelas suas qualidades terapêuticas.



MATERIA-PRIMA
½ cebola cortada em gomos * 1 pedaço de alho francês cortado longitudinalmente* 2 folhas de couve packchoi cortada em tiras * ¼  cenoura aos cubinhos * ¼ de curgete* 75g de tofu, cortado em cubos * 2 colheres de sopa rasas de pasta de Miso de cevada [1 colher por cada taça de sopa] * 3 cm de raiz de gengibre * 1 colher de sopa de azeite * sal marinho * ½ litro de água

PASSO-A-PASSO
Cortar e lavar bem os legumes.
Num tacho alto, aquecer um pouco o azeite e juntar os legumes cortados, deixando-os estalar, em lume médio, cerca de 5 minutos.
Quando os legumes começarem a ficar translúcidos, adicionar os cubos de tofu, temperar com um pouco de sal [atenção que o Miso já é uma pasta salgada] e deixar cozinhar mais um pouco.   
De seguida acrescentar a água e deixar ferver. Quando levantar fervura, reduzir o lume e deixar cozinhar até que os legumes adquiram a consistência pretendida.  
Retirar para uma taça um pouco da água de cozedura dos legumes, acrescentar a pasta de Miso e mexer bem até que se dissolva por completo. Quando a pasta estiver totalmente dissolvida adicioná-la ao caldo de legumes e mexer, mantendo o lume no mínimo. Assim que o caldo começar a querer levantar novamente fervura [não mais de 1 minuto], retirar imediatamente do lume para que o Miso não ferva e não perca as suas propriedades.
Ralar o gengibre e espremer o sumo da polpa directamente na sopa.


Esta foi a minha versão de domingo à noite. Criem a vossa e deleitem-se com esta sopa que se não é dos deuses anda lá muito próximo

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