Comer melhor por uma saúde melhor
Já ninguém duvida: existe uma relação directa entre nutrição, saúde e bem-estar físico e mental.
De facto, a alimentação afecta muitos aspectos da nossa vida. O mais óbvio é a saúde [na sua acepção mais alargada] e foi este o móbil da minha mudança[1]. Esta jornada começou com o tomar consciência de que a saúde [ou a falta dela], os estados de ânimo, a energia […] estavam directamente relacionados com o tipo de alimentação que fazia, depois foi tempo de interiorizar e integrar estas relações de causalidade e assumir a mudança. Posto isto, rapidamente comecei a perceber o sem fim de oportunidades que tinha ao alcance para melhorar o meu estilo de vida.
Pouco a pouco a minha despensa começou a ficar repleta de cereais integrais de todas as formas e feitios, mil e uma variedades de leguminosas, frascos e frasquinhos de sementes e frutos secos… Os alimentos frescos e biológicos foram substituindo os alimentos processados. Os pratos pesados e muito refogados, foram dando lugar a opções mais leves, menos cozinhadas, mais aptas a manter todo o valor nutricional dos alimentos. O consumo de carnes [principalmente as vermelhas] foi sendo cada vez mais esporádico e a inspiração vegetariana cada vez mais evidente.
Hoje, alguns anos passados, continuo a trilhar este caminho. Sou fascinada pela multiplicidade de opções que a natureza me dá. Hoje sinto-me muito mais saudável, mais equilibrada e sobretudo mais feliz. Tenho aprendido que não existem verdades absolutas e que é, em primeira instância, o nosso corpo quem nos deve dar todas as respostas sobre aquilo que nos faz bem. E aprender a escutá-lo [e estar disponível para ouvir os seus sinais] é um passo fundamental.
A partir daqui, já não se volta atrás e é para o resto da vida! O desafio continua a ser encontrar formas de tornar estes hábitos saudáveis cada vez mais simples, rápidos e acessíveis. E, se há coisa que adoro é descobrir novas formas de descomplicar e sobretudo viver uma vida feliz!
Pequenos gestos, grandes mudanças:
Pequenos gestos, grandes mudanças:
Simplificar
Evite os alimentos embalados e opte por mais ingredientes frescos.
Antes de comprar um alimento, pense se o produto pretendido já foi exposto a processos transformação e aditivação. Quanto menos transformado e aditivado um alimento for, melhor.
Substituir
Existem inúmeras substituições no mundo alimentar que conduzem a opções mais saudáveis e nutricionalmente mais interessantes. Uma das mudanças mais simples [e inteligentes] passa por substituir cereais refinados por cereais integrais. O cereal integral é um grão complexo e é composto por três camadas: o farelo [ou casca] rico em fibra, vitamina B, proteína e minerais, o endosperma [uma camada intermédia] que fornece hidratos de carbono e energia para o corpo e o gérmen [a semente] que possui uma elevada quantidade de minerais, vitaminas e antioxidantes.
O processo de refinação destrói mais de 50% do seu valor nutricional, que não é possível repor em nenhum processo posterior [e artificial] de enriquecimento.
O processo de refinação destrói mais de 50% do seu valor nutricional, que não é possível repor em nenhum processo posterior [e artificial] de enriquecimento.
Dando ainda primazia ao integral, a trilogia arroz-massa-batata pode facilmente ser substituída por arroz, aveia, cevada, amaranto, millet, bulgur, couscous, quinoa (de várias cores), trigo-sarraceno ou trigo-mourisco, espelta, centeio… uma multiplicidade de opções saudáveis.
Cozinhar
Cozinhar em casa, em alternativa a comprar comida feita, possibilita um maior controlo sobre aquilo que come. Assim, assegurar-se-á da [boa] qualidade dos ingredientes e, seguramente, comerá menos calorias desnecessárias, menos aditivos, menos químicos, menos gorduras saturadas… Já nem para os almoços no escritório há desculpas: as marmitas estão [mais do que nunca] na luz da ribalta.
Cozinhar
Cozinhar em casa, em alternativa a comprar comida feita, possibilita um maior controlo sobre aquilo que come. Assim, assegurar-se-á da [boa] qualidade dos ingredientes e, seguramente, comerá menos calorias desnecessárias, menos aditivos, menos químicos, menos gorduras saturadas… Já nem para os almoços no escritório há desculpas: as marmitas estão [mais do que nunca] na luz da ribalta.
Ler [os rótulos]
Nem todos os alimentos são aquilo que parecem ser. A leitura dos rótulos ajuda a conhecer aquilo que come, aspecto fundamental numa alimentação equilibrada e saudável.
O essencial:
* Opte por alimentos com a
menor lista de ingredientes possível.
* Os ingredientes estão
organizados por ordem crescente, aparecendo primeiro os que se encontram em
maior quantidade para o que estão presentes em menor quantidade no alimento.
Evite aqueles em que os açúcares e as gorduras saturadas se encontram no início
da lista.
* Quanto menos E’s na lista,
melhor! Estes E’s representam aditivos e aparecem seguidos por três zeros que
correspondem ao tipo de aditivo: corante, conservante, emulsionante, etc.
* Ao comparar alimentos,
tenha em conta a informação nutricional por porção; tenha especial atenção
à dose diária recomendada de açúcar, gordura e sal, e compare-a com os níveis
presentes no alimento que está a comprar.
* Tenha atenção que os
açucares podem adoptar nomes como: dextrose, frutose, glicose, glucose,
maltose, mel, sacarose, xarope de açúcar amarelo, xarope de glicose, xarope de
milho, etc.
* O mesmo com as
gorduras: ácidos gordos, ácidos graxos, gordura vegetal, gordura vegetal
hidrogenada ou parcialmente hidrogenada, manteiga, manteiga de cacau,
margarina, óleo de coco, óleo de palma
Ouvir [o organismo]
Foque-se no que sente após as refeições. Perceber e registar as reacções [digestivas e não só] que determinado alimento provoca no seu organismo, ajudará a promover hábitos e gostos saudáveis. Quanto mais saudável o alimento que ingerir melhor se sentirá depois de uma refeição. Ao revés, alimentos menos saudáveis provocarão maior desconforto, digestões mais prolongadas, podendo inclusivamente ser um foco de instabilidade emocional e perda de energia.
[1] As nossas escolhas alimentares têm também um
enorme impacto ambiental e económico que vai muito além da nossa esfera
individual e familiar. Sobre a importância de uma alimentação sustentável, este
tema vital e de enorme relevância, escreverei em breve. Porque é urgente que
todos hajamos conscientemente. Porque acredito [piamente] que quanto melhor
informados estivermos, melhores escolhas faremos.
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