Abóbora, a rainha do outono


Os alimentos da época, para além de beneficiarem de uma maior plenitude nutricional, têm os nutrientes que o organismo necessita para enfrentar o clima de cada estação.
No outono, quando as temperaturas começam a descer, os alimentos são essencialmente ricos em antioxidantes que reforçam as defesas para o frio e são mais energéticos, para que o nosso corpo produza calor o calor necessário. 
Romãs, dióspiros, abóboras, castanhas, uvas, marmelos, maçãs, beterrabas, batatas-doces, acelgas, espinafres, são alguns dos exemplos do melhor que a natureza tem para nos dar por esta altura. 
Seguramente, durante este outono não faltarão oportunidades para lhes dar o merecido destaque.

Comecemos por aquela que é a [simbolicamente] rainha da estação: a abóbora!

Da família das cucurbitáceas, a abóbora era um importante elemento da alimentação de muitas tribos americanas que a deram a conhecer aos primeiros colonizadores europeus. Hoje a abóbora está presente nas cozinhas de todo o mundo.   
Grandes, pequenas, redondas, ovais… com tonalidades de polpa que vão do amarelo muito claro, quase branco, ao laranja escuro e cores de casca oscilando entre o laranja e o verde, a família das abóboras é vasta, como vastos são também os seus benefícios, muito rica em caroteno, vitaminas A e C e sais minerais como cálcio fósforo e ferro. Além de ter poucas calorias, é de fácil digestão, sendo um óptimo alimento para adultos e crianças.

SETE [DAS MUITAS] RAZÕES PARA COMER [MAIS] ABÓBORA
É uma excelente fonte de hidratos de carbono complexos que ajudam a fornecer energia ao organismo, fundamental numa estação em que as temperaturas começam a baixar.
O seu elevado teor em fibras (maior que as lentilhas, os feijões ou o pão integral, por exemplo) ajuda a regular o trânsito intestinal e eliminar substâncias tóxicas.
A presença de betacaroteno, um pigmento orgânico com propriedades antioxidantes e percursor da vitamina A, favorece o sistema ocular, está associado à redução do risco de certos tipos de cancro [mama, próstata, pulmão, colo do útero e pele] e de doenças cardiovasculares.
Ajuda a reforçar o sistema imunitário.
É um excelente aliado na saúde da pele.
Proporciona tranquilidade e bem-estar, garças à presença do triptofano, um aminoácido que, no organismo se converte em serotonina.
Ajuda a prevenir constipações e gripes graças à presença de vitamina C

Muito para além das tradicionais sopas e compotas, os seus usos culinários são imensos. Da casca à polpa, não menosprezando as sementes, nada se desperdiça.
Para comprar uma boa abóbora, escolher uma de casca firme, sem manchas, sem brilho nem cortes ou partes moles, é meio caminho andado. Para confirmar se está madura, basta bater com os nós dos dedos e se receber de volta um som oco, está perfeita.
Abóbora-menina, abóbora manteiga, abóbora hokkaido, abóbora gila, cada uma com as suas peculiaridades, fazem pratos deliciosos, sem grandes complicações.

Cá em casa gosto muito de integrá-la na ementa e é muitas vezes o ponto de partida para criações, mais ou menos espontâneas. Habitualmente opto por assá-la forno, lentamente, até quase caramelizar, enaltecendo o sabor doce da polpa e a sua textura suave e delicada. A partir daqui as opções são imensas. Mais ou menos elaboradas, o momento dita o resultado final.

Naqueles dias em que não apetece despegar do aconchego do sofá, mas o corpo já pede alimento, a solução é muitas vezes preparar um jantar [um lanche ou um brunch] aligeirado esta uma Tosta de abóbora assada com requeijão e pinhões, é já um clássico cá em casa. Uma [óptima, digo eu] sugestão para dias de preguiça, sofá e filmes! 

MATÉRIA-PRIMA
2 fatias generosas de pão escuro * 4 gomos de abóbora hokkaido com casca [previamente lavada] * 1 requeijão de cabra * 1 colher de chá de mel de rosmaninho * 4 colheres de sopa azeite virgem extra * 1 colher de sopa de vinagre balsâmico * 2 colheres de sopa de pinhões * 2 hastes de alecrim * sal marinho, a gosto * pimenta de caiena, a gosto

PASSO-A-PASSO
Numa travessa de forno dispor os gomos de abóbora, previamente lavados e sem pevides. Regar com o azeite, e temperar com o sal, a pimenta de caiena e as folhas de alecrim [reservar meia dúzia]. Salpicar com o vinagre balsâmico. Levar a assar no forno pre-aquecido a 180º por cerca de 15 minutos, até a abóbora apresentar uma textura macia e ligeiramente caramelizada.
Enquanto a abobora assa, desfazer o requeijão numa tacinha com a ajuda de um garfo. Juntar o mel e misturar bem até obter um creme. Entretanto aproveitando o calor do forno, para torrar as fatias de pão.
Numa pequena frigideira, torrar ligeiramente os pinhões com as folhidas de alecrim reservadas. Quando a abóbora estiver assada e o pão tostado, montar as tostas, começando por barrar generosamente as fatias de pão com o requeijão, colocando por cima dois gomos de abóbora e finalizar com os pinhões torrados.
Se estiver muito guloso, servir regado com mais um fiozinho de azeite [mas tem mesmo de ser um fiozinho, ok?]

Nota: Aproveite o forno para torrar as pevides que retirou da abobora, temperadas só com sal. Deixe arrefecer e guarde num frasco hermético.    

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